Investir em imóveis no exterior é uma das formas mais utilizadas por investidores para diversificação e proteção cambial, permitindo alocar em mercados com moedas mais fortes e estáveis, como é o caso dos Estados Unidos, por exemplo. Por se tratar de um processo entre países com diferentes culturas, modos de se fazer negócio e leis, o investidor precisa estar atento aos detalhes, às regras e é fundamental que ele deixe para trás alguns hábitos.De acordo com Daniel Rosenthal, diretor do Investir USA Expo, a busca por imóveis em território norte-americano tem se tornado muito comum entre brasileiros, que querem, além de proteção patrimonial, experimentar e vivenciar o “sonho americano”, utilizando o imóvel quando este não se encontra alugado. Além disso, ele explica que os EUA oferecem confiança e crédito, algo que ‘já não se encontra mais no Brasil’: “Aliado ao sentimento de instabilidade financeira e insatisfação, o brasileiro tem procurado investir nos EUA, abrir um negócio ou se mudar e viver por lá”, conta.Rosenthal explica que a vantagem não se encontra somente na possibilidade de financiamento para estrangeiros, mas também nas altas taxas de ocupação, na agilidade dos processos de venda e aluguel das propriedades e nos valores para investimento, que começam em R$ 180 mil para as casas de férias em Orlando, por exemplo.Dentre os principais destinos, Orlando e Miami lideram a preferência dos brasileiros, seja pela proximidade cultural ou pela proximidade com a capital do entretenimento, Walt Disney World, em que a estrutura hoteleira já não suporta a demanda. Cidades como Georgia (Atlanta), Dallas (Texas), Los Angeles e San Diego, na Califórnia, também estão na lista.
Com relação à rentabilidade vinda do aluguel, Rosenthal afirma que a locação de imóveis nos Estados Unidos costuma apresentar uma taxa de 6% a 8% ao ano, contra 4 a 5% a.a. em imóveis residenciais no Brasil. Ainda segundo ele, em 2016 o mercado imobiliário norte-americano teve uma valorização média de 6%.
Para uma propriedade mais rentável e segura, Rosenthal listou os principais problemas dos brasileiros ao adquirir um imóvel nos EUA. São eles:
1- Não abandonar o “jeitinho brasileiro”
“O brasileiro deve abandonar o jeito de fazer negócios no Brasil quando for fazer negócios nos EUA, como o jeitinho brasileiro e a lei da vantagem, porque lá isso não funciona. Nos EUA as regras são sérias e é isso o que passa a credibilidade do negócio, pois as condições são iguais para todos”, afirma.
2- Não ter objetivos bem definidos
A venda de imóveis, segundo ele, é consultiva nos Estados Unidos, ou seja, o comprador precisa ter claro seus objetivos, preferências, tempo de utilização própria, orçamento, etc. “Nos EUA, é preciso entender os sonhos dos clientes para adequar o melhor produto”, diz.
3- Não valorizar o papel do corretor de imóveis
Rosenthal explica que nos Estados Unidos ninguém investe sem corretora, uma vez que quem paga a comissão do corretor de imóveis é a construtora. “Lá o preço é o mesmo com ou sem corretor. Por isso, seja assessorado por um corretor no Brasil ou de lá, pois você só tem a ganhar, já que a pessoa é preparada para ajudar nos detalhes do processo”.
4- Comprar um imóvel como Pessoa Física
Daniel conta que qualquer pessoa pode comprar um imóvel nos EUA, desde que tenha passaporte, visto (caso queira usufruir da propriedade), e comprovar a origem – lícita – do dinheiro. Não é recomendado, porém, que se compre um imóvel como Pessoa Física, pois o imposto de herança para estrangeiros pode chegar até 50% do valor do imóvel.
“Abra uma empresa – é somente um status de empresa e pode ser feito no mesmo dia (não precisa vender nada nem ter funcionários) – e compre como Pessoa Jurídica. Ao colocar o imóvel no nome desta empresa, ele ficará protegido da tributação. Mais tarde, se quiser fechar, o processo será ainda mais rápido do que foi para abrir”.
5- Não conhecer as leis locais e de cada condomínio
Rosenthal explica que os condomínios possuem exigências próprias e regras de acordo com o perfil da cidade. Em Orlando, por exemplo, o proprietário pode alugar o imóvel por curtas temporadas (dias, semanas, meses) e quando quer utilizar para si próprio, bloqueia na corretora. Isso, porém, não acontece em Miami. Lá, não há muita flexibilidade, como na terra do Mickey, e o mínimo permitido por lei para locação é seis meses.