1. Parta do existente
Ainda na faculdade ouvi essa frase de um professor de Planejamento Urbano e, desde então, essa se tornou uma das minhas maiores verdades na hora de projetar. Em tempos de excesso de informação, principalmente a avalanche de imagens vindas de redes sociais, como Instagram e Pinterest, é sempre uma tentação tentar adaptar uma ideia ou copiar literalmente algo que gostamos. Acontece que projetar é, antes de tudo, respeitar aquilo que já está ali na nossa frente. As melhores ideias, por exemplo, tomam como partido características intrínsecas do espaço que não podem ser mudadas, mas que serão o ponto de partida para as maiores sacadas. Portanto, quando gostar de algo tente, antes de tudo, identificar ali o seu gosto pessoal e não “roubar” a ideia em si.
2. Todo projeto evolui
Quando iniciamos uma obra, é preciso se preparar para mudanças ao longo do percurso. Costumo sempre alertar os clientes que o processo de uma reforma/decoração dificilmente é finalizado antes de seis meses. Esse é um prazo mínimo absolutamente coerente e pode se estender até um ano ou mais conforme o ritmo de decisão e fechamento de orçamentos. Por ser um tempo longo, e por se tratar da nossa casa, é normal a indecisão e a mudanças de ideias ao longo desse tempo. Todo projeto amadurece e evolui.
Essas pequenas alterações podem realinhar a escolha dos acabamentos, de cores ou mesmo o afinamento do layout inicial e a disposição dos móveis. Uma vez que nada ainda tenha sido comprado ou fechado vale a pena reestudar, repensar e até mesmo mudar de ideia quando existe um consenso de que o resultado final será melhorado.
3. Priorize os espaços conforme seu uso
Em tempos de grandes e rápidas mudanças, o programa de uma casa ou apartamento não é mais o mesmo de anos atrás. Com apartamentos cada vez menores, não há mais uma regra para a distribuição dos ambientes, ou seja, o que foi pensado pela construtora ou pelo antigo morador não deve ser tratado como verdade absoluta. Tenha em mente que você é quem define o que é prioridade na sua casa. Por exemplo, se você gosta de se jogar em um sofá confortável e assistir filmes ou séries, faça desse espaço o principal da sua casa e não se preocupe com a divisão tradicional de uma sala principal de estar, para receber, e outra menor para assistir TV.
Com a proliferação de restaurantes e o hábito cada vez mais frequente de fazer as refeições fora de casa, veja se realmente existe a necessidade de uma mesa de oito lugares ou se ela será usada apenas uma ou duas vezes por ano. A decoração do futuro será cada vez mais personalizada e tudo que é impessoal e tratado como regra será banido.
4. Jamais comece pela compra dos móveis
Usar um móvel como ponto de partida para o projeto da casa é um erro comum. Algumas escolhas são desastrosas e a atenção deve ser maior com as peças de maiores dimensões, como sofás e mesas de jantar. É muito mais fácil acomodar uma poltrona e mesas laterais em qualquer ambientação.
Sempre alerto meus clientes: o melhor momento para pensar em decoração é após a marcenaria projetada e encomendada.
5. Pense na decoração como um todo
Por mais que você tenha prioridades para a decoração, tente se organizar por ambientes em vez de comprar um móvel para cada lugar da casa. A decoração deve sempre ser pensada como um todo e, se possível, definida de uma vez só. Quando você altera um tecido ou o desenho de uma poltrona, a mudança reverbera no sofá, no tapete, na mesa lateral e seus respectivos acabamentos. Tentar consertar algo que foi começado exige muito mais de todos para um resultado harmônico e bonito no final.
Fonte: Revista Casa e Jardim